Quinze para uma da tarde. Volto às Ciências Sociais. Quando havia ido embora pela última vez disse tal como Carlota Joaquina um dia no cais: "que bateria meus sapatos para não levar comigo sequer a areia daquela terra". Estou lá novamente, ainda que por poucos instantes. Na cantina há mesas e muita erudicão servida em compotas de sobremesa. "Eles são discretos e silenciosos". Um professor e quatro aspirantes a tal cargo discutem algo sobre reajuste salarial. "Executam, segundo as regras herméticas desde da trituração, a fixação,a destilação e a coagulação". A refeição é ácida. O professor pede uma coca-cola e um café. Diante da tv alguém assiste. Penso em cafeína e gastrite. Alguém resiste? Falam de cargos e carreiras. Mas sou eu quem quer sair dali às carreiras. Ando três quarteirões. Passo em frente a espelunca etílica. Sigo. Chego. Lá estão: uma vizinha-amiga-professora querida e alguns amigos. Há mesas. Há meses não ia por lá. Um copo d'água na mão e muitas idéias sobre a mesa. Uma taça de vinho na outra e muitos rostos, desejos, coxas e beijos. O tempo passa, o tempo voa, a grana vai acabando, mais uma cerveja vai chegando e todo mundo está de boa... Mas não quero permanecer muito tempo! "Está faltando uma coisa em mim... e é você amor, tenho certeza, sim...". O carteiro passa, me reconhece de imediato e entrega o envelope. Que amargura! Abro a carta e me deparo com a fatura. É hora de ir embora, puxar o bonde, ir para lugar algum, para não sei onde... Pagar a conta. "Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar depois que eu me encontrar"
MEu amigo, você está escrevendo cada vez melhor!!! dei boas risadas agora! um abraço!!! Larissa Jucá
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