Sexta-feira, 18 de março

Quinze para uma da tarde. Volto às Ciências Sociais. Quando havia ido embora pela última vez disse  tal como Carlota Joaquina um dia no cais: "que bateria meus sapatos para não levar comigo sequer a areia daquela terra". Estou lá novamente, ainda que por poucos instantes. Na cantina há mesas e muita erudicão servida em compotas de sobremesa. "Eles são discretos e silenciosos". Um professor e  quatro aspirantes a tal cargo discutem algo sobre reajuste salarial. "Executam, segundo as regras herméticas desde da trituração, a fixação,a destilação e a coagulação". A refeição é ácida. O professor pede uma coca-cola e um café. Diante da tv alguém assiste. Penso em cafeína e gastrite. Alguém resiste? Falam de cargos e carreiras. Mas sou eu quem quer sair dali às carreiras. Ando três quarteirões. Passo em frente a espelunca etílica. Sigo. Chego. Lá estão: uma vizinha-amiga-professora querida e alguns amigos. Há mesas. Há meses não ia por lá. Um copo d'água na mão e muitas idéias sobre a mesa. Uma taça de vinho na outra e muitos rostos, desejos, coxas e beijos. O tempo passa, o tempo voa, a grana vai acabando, mais uma cerveja vai chegando e todo mundo está de boa... Mas não quero permanecer muito tempo! "Está faltando uma coisa em mim... e é você amor, tenho certeza, sim...". O carteiro passa, me reconhece  de imediato e entrega o envelope. Que amargura! Abro a carta e me deparo com a fatura.   É hora de ir embora, puxar o bonde, ir para lugar algum, para não sei onde... Pagar a conta. "Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar depois que eu me encontrar"

Um comentário:

  1. MEu amigo, você está escrevendo cada vez melhor!!! dei boas risadas agora! um abraço!!! Larissa Jucá

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